Viagem a Ixtlan – Carlos Castañeda

Lembro-me do tempo em que encontrava livros de Lobsang Rampa e Carlos Castañeda na mesa de cabeceira da minha irmã, na casa dos meus pais. Desde então, mantenho uma lista de títulos para ler dos dois autores na minha mente. Este é o caso de “Viagem a Ixtlan”, livro que – finalmente – li durante este ano (2023).

O livro relata os encontros do autor com o índio Don Juan (para quem não sabe, o feiticeiro Don Juan é uma presença constante nas obras de Castañeda). Na maior parte do tempo, o autor está sendo conduzido pelo feiticeiro, sem saber exatamente onde irá chegar. A insistência de Carlos em querer aprender sobre o uso de ervas medicinais junto com a necessidade de querer registrar tudo em seu bloquinho de notas, são pontos marcantes da narrativa. O ensinamento sobre as ervas é praticamente negado por Don Juan durante todo o livro e a mania da anotar é tratada como uma piada. Isso me fez pensar em todas as anotações que eu fiz durante cursos que frequentei e nunca mais tornei a olhar…

Durante suas caminhadas com o autor, Don Juan aborda conceitos interessantes como “parar o mundo”, “o caminho do guerreiro”, “a morte como uma caçadora” e “o mundo que nos cerca é um lugar misterioso”.

Sobre a possibilidade de parar o mundo, afirmo que o livro possui o potencial de fazer com que o leitor veja o mundo, livre do consenso coletivo que nos é imposto desde cedo, ou seja, parar a nossa percepção do mundo através do filtro de terceiros. Nesse sentido, acredito que toda a obra de Castañeda tem esse propósito, assim como as obras de autores como Gurdjieff e Crowley. O potencial está lá, mas não há garantia de que o leitor o acesse. Talvez seja necessária mais de uma leitura para obter algum êxito. Pode ser necessário um intervalo de tempo considerável entre as leituras, para que a essência do leitor amadureça o suficiente para absorvê-las.

The Creator (2023)

RESUMO: No futuro, durante uma guerra entre humanos e andróides que funcionam com inteligência artificial autônoma, Joshua tem a missão de encontrar o criador da avançada IA. Segundo as informações, este inventor teria construído uma arma capaz de terminar com a guerra, dando a vitória para os andróides. Conforme Joshua avança com a sua missão, acaba descobrindo a arma – uma criança andróide.

OPINIÃO: Estive a espera deste filme desde que eu quebrei a minha “regra de ouro” de não assistir aos trailers para evitar spoilers (sim, eu vi o trailer e gostei).

Minha primeira impressão com o trailer foi de que estávamos diante de uma cópia descarada da franquia Terminator. Realmente o enredo possui semelhanças com este e outros filmes de ficção-científica, mas penso que, apesar de usar elementos pouco originais, o filme consegue construir uma personalidade própria. Isso ocorre não por conta das similaridades no enredo e nos efeitos especiais com outras obras do gênero, mas sim pelo seu potencial dramático. O drama vai se revelando aos poucos e possui alguns desdobramentos inesperados.

Achei o filme bom. John David Washington está bem no papel principal de Joshua. Gostei da presença do veterano Ken Watanabe, que interpreta um dos andróides. Recomendo.

Terra Formars

Após descobrir um sebo de livros perto de minha casa, tive a sorte de encontrar um exemplar do volume 1 da série Terra Formars. Confesso que nao conhecia a série até bem pouco tempo, quando vi acidentalmente na internet alguma coisa a respeito.

Resumo:
Após a tentativa de iniciar um processo de terraformação em Marte, uma nave é enviada para avaliar a situação. Após perder contato com a Terra, outro grupo, formado por jovens alterados geneticamente, vai para o planeta entender o que aconteceu. Ao chegar lá, eles encontram uma mutação evolutiva de um inseto usado na terraformação.

Opinião (sem spoilers):
Apesar da simplicidade da ideia, gostei de ler o primeiro volume da série. Lembrei do enredo do filme Mutação (Mimic) de 1997 com Mira Sorvino. Já descobri que existe uma adaptação em filme com o mesmo nome do mangá. Pretendo conferir em breve.